Reservo-me o domingo para a busca
receosa e teimosa da alegria.
Meu coração devia ser alegre
como um pássaro novo.
Meu coração devia ser alegre
como o vinho ou o fogo.
No entanto onde está a alegria?
Onde estão as sementes da alegria?
Onde vive a alegria? No entanto,
pergunto às coisas e às gentes
de domingo onde está a alegria?
Mesmo que a não encontre
destino-lhe o domingo,
este e outros domingos,
este sol e outros ventos,
este mar e outras ruas,
estas mãos e estes olhos.
Assim acho razão para não estar triste.
António Rebordão Navarro
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